Gráfico complexo de mercado financeiro com linhas de tendência divergentes em fundo escuro

Não é segredo para quem acompanha o universo dos investimentos que trend following sempre provoca debates, e não é para menos. Nos últimos meses, o cenário internacional tem visto resultados extremos nos fundos e contas de investidores que adotam essa abordagem. Diversos eventos, como as fortes oscilações nos mercados de commodities e moedas, impactaram de maneira abrupta o desempenho de estratégias baseadas em tendências. Em 2022, por exemplo, CTAs que seguiam tendências globais chegaram a registrar ganhos próximos de 40% em certos produtos, e há poucos meses, outro choque trouxe quedas rápidas e inesperadas em carteiras que vinham performando de forma estável.

Não existe tédio para quem vive de seguir tendências. Os números mudam de um mês para outro, as emoções também. Isso tem chamado atenção de investidores de todos os perfis. E parece haver uma questão central: por que, mesmo diante do mesmo ambiente, alguns gestores apresentam retornos tão diferentes?

Como anda a indústria de trend following hoje?

A indústria de trend following apresenta um panorama intrigante. O ano passado foi, para muitos, excepcional, vários fundos revelaram Sharpe ratios acima de 1,5, o que para esse segmento é digno de manchete. Mas já em 2024, a dispersão aumentou. Fundos conhecidos mostraram performances de um -7% até +12% no mesmo período, sem uma clara causa única.

Profissionais analisando gráficos em várias telas

Para quem observa de fora, isso parece estranho. Afinal, se todos seguem tendências, não deveriam convergir mais os resultados? Infelizmente, ou talvez felizmente, não é assim tão simples.

Por que gestores de trend following divergem tanto?

Gestores diferem em quase tudo, mesmo usando os mesmos princípios:

  • Universo de ativos: Um fundo pode operar 40 mercados, outro 200. Uns focam commodities agrícolas, enquanto outros priorizam moedas e índices globais.
  • Horizonte do sinal: Modelos podem reagir a tendências de 10 dias, 6 meses, ou em várias camadas.
  • Método de construção: Uns usam canais de preço, outros médias móveis, alguns combinam vários sinais.
  • Regras de risco: O quanto cada ativo pesa, e quando cortar uma perda, pode mudar tudo.

Essa combinação gera resultados quase únicos. Quando uma commodity sobe, uns surfam melhor a onda, outros saem cedo, alguns até ficam de fora, e assim nasce a dispersão.

Sim, diferença de resultado é quase uma certeza nesse universo.

A polêmica do sharpe ratio em trend following

Andrew Beer, figura ativa quando se fala em análise de CTAs, levantou mais críticas sobre o uso do Sharpe ratio como métrica para trend following. Segundo ele, vários índices de tendência apresentam Sharpe baixo (às vezes perto de 0,5) e volatilidade elevada. Isso gera uma dúvida legítima: essas estratégias realmente oferecem bom risco-retorno?

O ponto importante, porém, é que o Sharpe ratio padrão pode ser menos útil aqui. Trend following vive de movimentos extremos: muitos períodos neutros e, de repente, lucros grandes em cenários de crise ou tendência forte. Quando olhamos sob esse ângulo, talvez Sharpe não capture tudo que interessa.

O Sharpe ratio é ferramenta, não sentença.

Variação de retornos: o que causa essa dispersão?

Katy e Alex, dois investidores atentos, sempre perguntam: por que fundos semelhantes entregam resultados tão distantes?

Os principais fatores são:

  • Diversidade de ativos: Mais mercados geram oportunidades, mas também ruídos que confundem modelos.
  • Tempo de reação: Mudanças rápidas de tendência favorecem modelos mais ágeis.
  • Alavancagem: O quanto cada fundo se expõe ao risco pode inflar ou segurar resultados.
  • Modelos proprietários: Alguns gestores desenvolvem filtros exclusivos, mudando o jeito de entrar (ou sair) das operações.

No Invista Já, esses elementos são repensados e testados via robôs autônomos, sempre buscando entender essas raízes da dispersão enquanto democratiza o acesso ao trend following no Brasil.

Gráficos coloridos mostrando tendências alternadas

Em busca de um benchmark para trend following

Criar um benchmark confiável para esse universo é desafio antigo. Muitos tentam estimar índices representativos, somando resultados médios de CTAs, ou mesmo simulando estratégias simples com preços históricos. O problema é que benchmarks robustos quase sempre esbarram em dois pontos:

  • Escolha dos ativos: Quais mercados realmente contam?
  • Peso dos estilos: Um índice que mistura táticas "rápidas" e "lentas" acaba representando pouco de cada uma.

Soluções têm sido sugeridas, como segmentar benchmarks por horizontes ou famílias de ativos, mas ainda não há consenso.

Turbulência nos ambientes dos CTAs

Outro desafio é mensurar a chamada "turbulência" no universo trend following. Quando muitos fundos usam estratégias parecidas, podem ocorrer correções sincronizadas que impactam todo o segmento. O problema é que prever (ou até medir) essa turbulência com dados é complicado, pois depende do comportamento coletivo dos modelos e de mudanças inesperadas nos mercados.

Turbulência existe, mas raramente é visível até virar prejuízo real.

Simplicidade ainda é uma virtude aqui?

No meio de tanta sofisticação, surge uma ideia interessante: será que a simplicidade pode proteger o investidor?

Modelos simples, baseados em regras claras (como médias móveis), muitas vezes performam tão bem quanto soluções mais complexas, principalmente em mercados líquidos e com tendências claras. O ponto fraco? Modelos básicos podem perder timing ou não segurar ganhos em mercados voláteis. Mas, para investidores iniciantes, a simplicidade tem duas vantagens:

  • Transparência maior, é mais fácil saber o que está acontecendo.
  • Menor "overfitting": menos ajustes aumentam a chance de replicar resultados reais.

No Invista Já, buscamos um equilíbrio. O futuro pode ser multiestratégia, mas sem abrir mão da clareza para o investidor.

Qualquer ativo pode ser usado em trend following?

Essa pergunta apareceu várias vezes em episódios e fóruns. A resposta direta? Sim, todo ativo com preço dinâmico pode ser alvo de uma estratégia de tendência, seja ouro, milho, ações de tecnologia ou índices. Exemplos práticos recentes mostram que, inclusive, o mercado brasileiro permite boas oportunidades, embora a liquidez e custos devam sempre ser considerados.

Onde há gráfico, há tendência esperando por alguém atento.

Desafios de dados em mercados alternativos

Cresce o interesse em mercados alternativos, mas ainda há limitações claras quando falamos em quantidade e qualidade de dados. Períodos curtos, baixa liquidez e históricos inconsistentes tornam difícil quantificar o real potencial dessas tendências. Assim, sempre fica um “talvez” no ar ao projetar resultados baseados em pouco histórico. Será que os mercados alternativos oferecem as mesmas oportunidades que as tradicionais? Ninguém tem certeza total.

Sugestões para o futuro: perguntas que ficam no ar

Para quem acompanha debates sobre trend following, várias perguntas devem pautar discussões futuras:

  • Até que ponto modelos simples resistem a ambientes mais voláteis?
  • Como criar benchmarks realmente representativos?
  • Quais limites existem na busca por mais ativos sem “diluir” o retorno?
  • Qual a melhor forma de quantificar risco coletivo no universo de CTAs?
  • Mercados alternativos: como validar se a tendência é real ou só ruído?

São questões vivas, prontas para motivar pesquisas, e, quem sabe, orientar os próximos passos de quem acredita na força das tendências.

Conclusão

Poucos campos dos investimentos oferecem tanto espaço para discussão quanto trend following. A divergência de resultados não é acaso, mas reflexo de escolhas, ambientes e modelos. Cabe ao investidor avaliar objetivos, perfil de risco e apostar em soluções que combinem robustez, transparência e aderência à realidade do mercado. Quer experimentar por si mesmo estratégias de trend following de ponta, com o suporte da tecnologia? Conheça o Invista Já e acompanhe nosso conteúdo para ampliar sua visão sobre esse universo fascinante.

Perguntas frequentes sobre Trend Following

O que é Trend Following?

Trend following é uma abordagem de investimento baseada em identificar e acompanhar tendências de preço em mercados financeiros. O investidor ou algoritmo busca entrar quando detecta uma tendência (de alta ou baixa) e permanece enquanto ela apresenta força, saindo somente quando sinais de reversão aparecem. O objetivo não é antecipar movimentos, mas “surfar” tendências já estabelecidas.

Por que os resultados divergem tanto?

Os resultados em trend following divergem porque gestores e sistemas usam universos de ativos distintos, diferentes metodologias para identificar tendências, horizontes de tempo variados e regras próprias de gerenciamento de risco. Além disso, fatores externos como eventos de mercado ou choques inesperados afetam cada estratégia de forma única.

Trend Following vale a pena?

Trend following pode agregar valor na diversificação de portfólio, principalmente em períodos de grandes mudanças de mercado. Porém, ele apresenta longos períodos de baixo retorno e requer paciência. Para muitos, é um componente interessante, mas nunca deve ser a única estratégia do investidor.

Como começar no Trend Following?

Começar no trend following envolve entender os principais conceitos, identificar mercados líquidos, filtrar históricos de preços e testar modelos simples, como médias móveis. Plataformas como o Invista Já oferecem alternativas prontas, com robôs validados e acompanhamento, facilitando para quem está iniciando.

Quais são os melhores livros sobre Trend Following?

Alguns títulos bastante recomendados são: “Trend Following”, de Michael Covel, “Following the Trend”, de Andreas Clenow, e “Quantitative Trading Systems”, de Howard Bandy. Essas obras apresentam desde conceitos até exemplos práticos, ideais para quem deseja aprofundar no tema.

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Flavio Araújo

Sobre o Autor

Flavio Araújo

Com mais de 10 anos de experiência no Mercado Financeiro e 6 anos de especialização em algotrading, uno minha formação em Engenharia e MBA em Mercado de Capitais para cumprir um objetivo claro: democratizar o acesso à matemática e tecnologia de ponta para traders brasileiros. Interessado em levar suas operações para o próximo nível? Entre em contato pelo WhatsApp para conversarmos.

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