A cada semana, novos artigos sacodem a comunidade de finanças quantitativas. O Quantocracy, até 25 de setembro de 2025, tem reunido discussões intensas sobre backtesting, estratégias táticas e os limites dos métodos tradicionais. Muito já foi dito por aí sobre backtest e hedge, mas existe uma camada de dúvidas, desconfortos e detalhes que pouca gente tem coragem de abordar. Números que parecem indiscutíveis acabam, de vez em quando, sendo apenas ilusão estatística. E isso afeta tanto iniciantes quanto quem já vive de mercado há décadas.
Neste artigo, você vai encontrar:
- Reflexões recentes que têm inquietado a elite de finanças quantitativas.
- Pontos de alarme durante o backtest que a maioria ignora.
- Como mudanças nos contratos de carbono têm sido previstas pelo comportamento de hedgers, e a influência quase irrelevante dos especuladores.
- Debates históricos sobre diversificação e concentração, com foco nos movimentos de Warren Buffett e da Berkshire Hathaway.
- Novas interpretações sobre a função do ouro em carteiras convencionais 60/40, à luz de relatórios táticos detalhados.
Nem tudo que parece funcionar no gráfico vai funcionar na vida real.
Entendendo o backtest: conforto, desconfiança e dias estranhos
Um tema frequente nas últimas publicações do Quantocracy é o desconforto de alguns dias de negociação em backtests, quando os resultados não fazem sentido. Mesmo com estatísticas bem comportadas, gráficos brilhantes e lucros que saltam aos olhos, surgem dias ou faixas de tempo em que o modelo simplesmente… falha.
Por que isso acontece? A resposta parece simples, mas esconde armadilhas: talvez esse seja um sinal discreto de sobreajuste (overfitting) ou extração excessiva de padrões inexistentes (data mining). Ou, quem sabe, apenas aleatoriedade pura. Mas o desconforto permanece. É como acordar e sentir que algo não está bem, mesmo se todos ao redor insistem que está tudo normal.
Veja este exemplo clássico de situação real (relatada nos últimos debates):
- Um trader monta uma estratégia "matadora" após meses de estudo, com um drawdown aceitável e consistência nos retornos históricos.
- Mas, entre dezembro de 2021 e março de 2022, dois ou três dias apresentam perdas ilógicas. O backtest, de longe, ainda é bom. Os indicadores não disparam alarmes.
- Na vida real, essa sequência seria suficiente para desmontar a confiança no modelo.
Essa sensação é comum. Poucos abordam de frente: há sempre um ruído escondido nas estatísticas que alimentam as dúvidas de quem programa robôs investidores ou, como faz o Invista Já, busca excelência em algotrading.

Quando as estatísticas não contam tudo
Métricas como Sharpe, Sortino, e até o tradicional desvio padrão são boas, claro. Permitem comparar estratégias, montar rankings, embasar argumentos. Porém, nenhuma delas capta a estranheza de um dia que parecia improvável, mas acontece. Em fóruns e grupos, relatos assim são tratados com desconfiança, muitas vezes tachados de “coincidência estatística”. Mas é aí que mora o perigo.
Desconfie de estratégias que não apresentam nenhum dia estranho.
A abundância de dados aumenta as chances de encontrar padrões inexistentes. Nas palavras de Corey Hoffstein, “não existe almoço grátis para quem busca previsibilidade em mercados caóticos”. O Invista Já vê esse cuidado como fundamental: resultados limpos demais podem ser sinal de filtro ajustado demais, removendo sinais reais de risco.
Term structure de carbono: hedge, especulação e previsibilidade
Entre as pesquisas em destaque, uma se sobressai pelo nível de detalhe: o estudo sobre a “Term Structure of European Carbon Futures”. Publicado com base em dados do ESMA Commitment of Traders, ele analisa como o vencimento dos contratos futuros de carbono responde ao comportamento dos participantes de hedge em relação a especuladores.

O dado que chamou a atenção
O centro do debate está no seguinte número: para cada aumento de 1% na demanda de hedge comercial, prevê-se uma elevação de 0,21% no nível da curva de contratos de carbono um mês depois. Já o movimento dos especuladores, curiosamente, praticamente não afeta a estrutura de vencimento.
- Hedgers conseguem alterar toda a dinâmica futura dos preços mesmo agindo de forma silenciosa.
- Especuladores têm papel quase neutro sobre as projeções de preço desses contratos, ainda que movimentem volumes altos.
Qual o impacto prático? Estratégias de hedge bem desenhadas, principalmente usando robôs ou modelos algorítmicos como os do Invista Já, podem antecipar movimentos e diluir riscos em mercados cada vez mais regulados (caso do carbono na Europa). Mas, há a ressalva: modelos muito sensíveis a variáveis de hedge podem perder validade se muda o perfil dos agentes, e isso ninguém prevê só olhando médias históricas.
O estudo reforça um ponto quase incômodo para quem busca fórmulas perpétuas: a previsibilidade depende menos de quantos atuam como especuladores e mais de como uma minoria (os hedgers, nessa classe de ativos) se posiciona. Sim, a maioria costuma errar, mas raramente define preços.
Em contratos de carbono, os grandes nomes do hedge ainda movem a agulha.
Diversificar, concentrar ou seguir Buffett?
Outro tema quente nas últimas análises refere-se à diversificação versus concentração de portfólio. Nos últimos meses, chamou atenção o grau de concentração da Berkshire Hathaway, liderada por Warren Buffett. Mais de 40% do portfólio está exposto a uma única empresa (Apple), algo que provocou estranheza em investidores ao redor do mundo.

O debate não é novo, mas os detalhes ganharam peso quando histórias como estas surgiram:
- No histórico dos fundos quantitativos, concentração excessiva é vista como mau sinal. E, mesmo assim, Buffett desafia essa máxima há décadas.
- A análise recente mostrou: a maior participação individual (Apple) da Berkshire em todos os tempos ficou acima de 40% em 2025.
- Os críticos argumentam que a falta de diversificação resulta em maior risco; já defensores veem na concentração o segredo por trás do sucesso duradouro.
O que isso ensina sobre diversificação?
Talvez o maior aprendizado, resgatando debates históricos e análises recentes, não seja a busca pela fórmula perfeita entre concentração e diversificação, mas, sim, a capacidade de questionar aquilo que parece consenso. No Invista Já, por exemplo, são desenvolvidas estratégias diversificadas por ativos, mas, dependendo do cenário e das premissas táticas, a concentração é defendida como caminho para potencializar ganhos.
Há quem diga que concentrar nunca é bom. Mas, olhando o comportamento dos grandes investidores, essa certeza perde o brilho. O segredo pode estar menos na teoria e mais na execução: ter clareza sobre por que se concentra e manter um olhar vigilante sobre os riscos embutidos.
Diversificar é sábio, mas saber concentrar (e quando) também é.
O papel do ouro em carteiras 60/40: insights do Return Stacked
Corey Hoffstein e Rodrigo Gordillo, nomes respeitados no universo quantitativo, publicaram recentemente um estudo intrigante sobre o papel do ouro em carteiras tradicionais 60/40 (ações/renda fixa). A análise, convidando o leitor a acessar o site deles para detalhes, mostra diferenças sutis, mas de impacto, ao adicionar ouro em proporções variadas ao portfólio tradicional.

Alguns pontos que o estudo ressaltou:
- Adicionar ouro em carteiras 60/40 pode aumentar o retorno ajustado ao risco em determinados ciclos, mas também pode suavizar performances em outros.
- O impacto não é linear: existe um ponto em que mais ouro deixa de ajudar e começa a prejudicar.
- O efeito do ouro é mais pronunciado como “seguro de proteção” do que como motor de retorno principal.
Para quem busca extrair ainda mais detalhes, o relatório completo da dupla traz abordagens táticas aprofundadas, recomendando-se o acesso à página do Alpha Architect (lembrando que relatórios completos costumam ser voltados a leitores com experiência em análise quantitativa). Não é questão de "ouro sempre agrega", mas sim de entender seus efeitos dinâmicos conforme mudam juros, inflação, política e choques de mercado.
O ouro não resolve tudo, mas pode evitar o pior.
As perguntas que ficam: será que sabemos menos do que imaginamos?
Depois de tantas análises, gráficos, debates e estudos, resta um sentimento curioso. Nada substitui o desconforto de saber que podemos estar vendo apenas parte do quadro. Se até os mais experientes sentem dúvidas olhando para certos dias em backtest, talvez devêssemos aceitar que “desconfiar das certezas” é o grande segredo. Estratégias polidas demais, backtests sem dias ruins, apostas eternamente ganhadoras, precisam ser vistas como exceção, não regra.
O Invista Já entende isso e incentiva: questionar, ajustar e refinar estratégias faz parte do caminho para resultados consistentes. A aritmética do passado raramente descreve perfeitamente o futuro, e até mesmo o hedge, quando mal interpretado, pode dar sensação de segurança só aparente. Na visão dos experts discutidos — de Corey Hoffstein e Rodrigo Gordillo, até os grandes nomes por trás de portfólios concentrados ou diversificados —, a única certeza é a dúvida.
Essas discussões não são exclusividade de especialistas: também inquietam quem está começando, seja testando um primeiro robô ou desenvolvendo portfólios mais sofisticados com as soluções do Invista Já. E talvez, de tempos em tempos, tudo que se espera é que alguém diga em alto e bom som aquilo que todos sentem, mas poucos falam:
Desconfie do excesso de certeza. O mercado sempre cobra o preço.
Conclusão
Backtest e hedge são temas cercados de nuances, armadilhas e incertezas. Da estrutura dos futuros de carbono à concentração do portfólio de Buffett, passando pelas estratégias envolvendo ouro em carteiras 60/40, uma característica une todas essas discussões: a necessidade de questionar o óbvio, de observar atentamente os detalhes e de desconfiar do que parece perfeito. O Invista Já se posiciona como centro de excelência justamente por entender que no algotrading, dúvida é sinônimo de evolução.
Se você busca não apenas seguir fórmulas, mas realmente entender, testar e aprimorar estratégias com robôs que refletem a complexidade do mundo real, conheça melhor o Invista Já. Sua jornada no universo do algotrading pode ser mais profunda do que imagina, e nós estamos prontos para ajudar.
Perguntas frequentes
O que é backtest no mercado financeiro?
Backtest é o processo de testar uma estratégia de investimento usando dados históricos do mercado. Você “simula” a execução da estratégia, como se estivesse operando no passado, para verificar o desempenho que teria tido. O objetivo é verificar se vale a pena usá-la de verdade. Mas é bom lembrar: resultado histórico não garante resultado futuro. Pequenos erros ou ajustes exagerados nos parâmetros podem iludir até quem tem experiência.
Como funciona o hedge em investimentos?
O hedge serve para proteger sua carteira de perdas provocadas por movimentos adversos do mercado. Ele normalmente é feito usando contratos futuros, opções ou outros derivativos, e busca compensar possíveis prejuízos em uma parte da carteira com ganhos em outra. Na prática, se uma aplicação perde dinheiro, outra sobe para equilibrar. Porém, nem sempre o hedge neutraliza totalmente o risco e pode até limitar lucros em momentos favoráveis.
Vale a pena usar backtest para operar?
Geralmente sim. O backtest oferece uma base para saber se existe alguma lógica por trás da estratégia. Apesar disso, ele carrega riscos: ajuste excessivo dos parâmetros, escolha inadequada do período testado, uso de dados futuros de forma indevida (lookahead bias) ou esquecer custos operacionais. O Invista Já utiliza backtests detalhados como parte das avaliações, mas sempre recomenda cautela ao tomar decisões reais baseado apenas em resultados históricos.
Quais são os riscos do hedge?
Os principais riscos do hedge são:
- Custo da proteção: Seguros financeiros, como opções, têm preço. Às vezes, a proteção custa caro demais.
- Descompasso: O ativo usado para proteger pode não se mover exatamente no sentido contrário ao da posição original.
- Complexidade: Estratégias mal implementadas podem piorar resultados em vez de proteger.
- Excesso de confiança: O hedge pode passar uma sensação falsa de segurança, levando o investidor a correr mais risco.
Onde encontrar ferramentas de backtest confiáveis?
Ferramentas de backtest confiáveis são projetos mantidos por especialistas de mercado, com acesso a bases de dados robustas e preocupação com detalhes técnicos. No Invista Já, por exemplo, algoritmos são testados em ambiente dedicado e auditável, respeitando parâmetros realistas de custo, liquidez e slippage. Antes de confiar em qualquer ferramenta, busque saber como ela trata os dados, se evita armadilhas como o lookahead bias e se permite personalizar cenários próximos da vida real.
