Gráficos de mercado financeiro com indicadores de carbono em tela digital

Nunca foram tão discutidos. Os chamados mercados de carbono estão no centro do esforço global para limitar as emissões de gases de efeito estufa. Na linha de frente, nomes como o de Mike Azlen chamam atenção. Ele é fundador da Carbon Cap e gestor do maior fundo hedge especializado nesse segmento. Ao conhecer sua trajetória, vemos mais do que números e negociações: há tecnologia, ciência, inovação e até estratégia quantitativa. Invista Já acredita nessa intersecção de matemática e tecnologia para mercados de futuro, e, talvez, não exista nada mais “futuro” do que carbono agora.

A origem dos mercados de carbono

Vamos voltar algumas décadas. Ainda nos anos 1990, os Estados Unidos enfrentavam uma grave crise de chuvas ácidas. O culpado? O enxofre emitido por usinas termelétricas. Para resolver o problema, o governo americano lançou um programa pioneiro de controle, que não apenas cumpriu seu papel ambiental, como também virou referência.

Inspirados por esse modelo, os europeus lançaram, em 2005, o primeiro grande mercado de carbono regulado do planeta. Seus resultados? Impressionam.

Mais de 1,1 gigatoneladas de emissões deixaram de ser lançadas por ano na Europa após a iniciativa.

Cerca de 75% dessa redução veio dos chamados “grandes emissores” industriais e energéticos.

Mercados atuais: onde estão e como funcionam

Hoje, há mercados de carbono regulados, os chamados de compliance, já plenamente operacionais em regiões como:

  • Europa (União Europeia, ETS)
  • Reino Unido
  • Califórnia
  • O sistema REGGI (10 estados do leste dos EUA)
  • Nova Zelândia

Além disso, outros países debatem ou criam suas próprias versões, casos de China, Coreia do Sul, Japão, Brasil e Índia.

Mapa mundi destacando países com mercados de carbono ativos ou em criação A lógica do mercado regulado: escassez forçada, preço crescente

O segredo aqui está no conceito de escassez. O governo define quantas permissões de emissão podem circular por ano e, a cada ciclo, reduz essa quantidade. Com isso, cria-se uma pressão para cima nos preços.

Empresas, diante desse cenário, se veem forçadas a escolher: comprar licenças cada vez mais caras ou investir em eficiência e redução. No fim, buscam sempre o custo mais baixo. Ou seja, interesses financeiros e ambientais se alinham, algo que nem sempre é fácil de alcançar.

Esses mercados são conhecidos por sua regulação rígida, alta liquidez e transparência. Em 2023, aproximadamente US$ 1 trilhão foi movimentado em mercados de compliance.

Já os mercados de carbono voluntários são bem diferentes. Segundo planeta campo do Canal Rural, eles são pequenos (cerca de US$ 1 bilhão negociado), sem regulações financeiras claras, pouco líquidos, muito opacos e com oferta quase ilimitada. Resultado? Preços baixos, risco de moral hazard, e até mesmo dúvida se estão de fato reduzindo emissões ou piorando o quadro.

O fundo Carbon Cap orienta: melhor esperar pela regulação antes de atuar no mercado voluntário.

Preços, regionalismo e pouca correlação: uma peculiaridade

Os preços do carbono variam bastante:

  • Europa: cerca de €70/t
  • Califórnia: cerca de US$28/t

Isso mostra um mercado ainda muito segmentado, com baixa correlação entre as praças. Por incrível que pareça, essa fragmentação permite combinar ativos e reduzir a volatilidade dentro de portfólios. Ou seja, há espaço para estratégias sofisticadas, como as que Invista Já enxerga como tendência dentro do algotrading.

Diversos certificados de permissões de carbono sobre uma mesa com gráficos de preço ao fundo Carbono capturado: desafios, futuro e custo

A captura de carbono, com técnicas como o Direct Air Capture (DAC), soa promissora. Só que, na prática, ainda responde por menos de 1% do mercado voluntário. Os custos assustam, até US$500 por tonelada capturada! E, mesmo após armazenado, esse carbono pode ser perdido, caso florestas sejam atingidas por pragas, incêndios ou simplesmente envelheçam.

Apesar disso, novas técnicas surgem, como biochar e enterro de biomassa. Gigantes como Microsoft já se mostram interessadas em soluções de remoção com longa duração e baixo risco de reversão. Talvez vejamos, nos próximos anos, o segmento de remoção crescer bastante.

Prêmio de risco e retornos esperados

Quem entende mercados de carbono sabe que o preço médio global ainda está longe do ideal. Segundo referências do Banco da Inglaterra e IEA, seria necessário atingir US$120/t até 2030 para que as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas.

Hoje, o valor médio está em US$60. Ou seja, existe um retorno esperado de cerca de 13% ao ano para estratégias passivas de investimento.

Em alguns locais, como na Califórnia, contratos futuros de carbono negociam com prêmio de 7% sobre o físico. Isso se dá porque é complicado abrir contas de negociação física, então o mercado aceita pagar mais pela facilidade dos contratos futuros.

Estratégias e impacto positivo: o caso Carbon Cap

O fundo gerido por Mike Azlen mescla duas linhas de atuação:

  • Estrategia central (core): viés comprado, buscando capturar o prêmio de risco do carbono.
  • Estratégias alpha: cerca de 20 sistemas sistemáticos (arbitragem, valor relativo, táticos de curto prazo, carry), principalmente na Europa, onde há mais liquidez. Estas estratégias evoluem e são substituídas quando perdem eficácia.

No fim, o objetivo é maximizar o retorno, mas sempre com a premissa de impacto positivo:

20% das taxas de performance do fundo são destinadas ao cancelamento de permissões reguladas, retirando-as do mercado e impedindo emissões equivalentes.

Até agora, foram destinados cerca de US$1,3 milhão nesse processo, e a tendência é de alta. Além disso, parte dos recursos apoia pesquisas acadêmicas, como a atualização do estudo da LSE Grantham Climate Institute. O objetivo? Mostrar na prática que o sistema europeu reduz emissões e incentivar governos a adotarem modelos inspirados nessa experiência.

Correlação baixa, diversificação e acesso

Mercados de carbono de compliance apresentam baixa correlação entre si e com outros ativos tradicionais (ações, renda fixa, etc). Isso é útil para quem pensa em diversificação de portfólio. Hoje, já existem ETFs para quem busca exposição passiva ao carbono.

Seja qual for o perfil do investidor, informação é fundamental. A própria Carbon Cap oferece conteúdo educativo gratuito sobre tudo isso, um compromisso também defendido por projetos como o Invista Já, que acredita na democratização de temas avançados, inclusive o algotrading para portfólios ligados ao carbono.

Conclusão

Os mercados de carbono evoluíram muito nos últimos trinta anos. Saíram de projetos experimentais para se tornar ferramentas fundamentais no combate às mudanças do clima e oportunidades reais para diversificar investimentos e impulsionar inovação. Combinar ciência, matemática, tecnologia e propósito socioambiental nunca foi tão possível. O Invista Já está atento a todas as inovações nesse universo, pronto para apoiar quem quer dar o próximo passo no uso de estratégias quantitativas e tecnológicas, inclusive para ativos de carbono.

Quer saber mais? Conheça o Invista Já e descubra como a matemática e a tecnologia podem transformar sua relação com o mercado financeiro, do carbono ao algotrading.

Perguntas frequentes sobre mercados de carbono

O que é um mercado de carbono?

Mercado de carbono é um ambiente onde empresas, países ou pessoas negociam permissões ou créditos para emitir gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono. A ideia é colocar um preço nas emissões e, assim, incentivar a redução do impacto ambiental.

Como funciona a compra de créditos de carbono?

A compra de créditos acontece quando um agente precisa compensar emissões que ultrapassam seu limite regulatório ou quando decide de forma voluntária contribuir para projetos que removem ou evitam emissões. Cada crédito geralmente equivale a uma tonelada de CO₂ equivalente e pode ser comprado em mercados regulados (compliance) ou voluntários.

Quais são os tipos de mercados de carbono?

Os principais tipos são:Mercado regulado (compliance): Obrigatório para setores e empresas enquadradas, com regras rígidas e fiscalização. Exemplo: mercado europeu.Mercado voluntário: Pessoas e empresas compram créditos por iniciativa própria, mas enfrentam menos regulações e riscos maiores sobre a efetividade dos projetos. Há diferenças importantes, como destaca planeta campo do Canal Rural, entre base legal, preço, padrões e nível de transparência.

Vale a pena investir em créditos de carbono?

Pode valer para quem busca diversificar portfólios e acredita na tendência de alta do preço do carbono até 2030, baseada em expectativas de regulação global mais rígida. Mas é importante observar o tipo de mercado, o cenário regulatório e preferir ambientes consolidados e transparentes, como os de compliance.

Onde comprar créditos de carbono confiáveis?

Os mercados regulados (compliance) oferecem maior garantia de qualidade, segurança e impacto real, graças à fiscalização e aos padrões técnicos exigidos. No mercado voluntário, recomenda-se cautela e pesquisa, esperando-se termos maiores garantias regulatórias nos próximos anos. Em muitos mercados, já existem ETFs e fundos que facilitam o acesso seguro para o investidor comum.

Compartilhe este artigo

Opere em Nível Profissional.

Utilize modelos quantitativos para identificar e executar oportunidades com velocidade e eficiência de nível institucional.

Ative sua Vantagem
Flavio Araújo

Sobre o Autor

Flavio Araújo

Com mais de 10 anos de experiência no Mercado Financeiro e 6 anos de especialização em algotrading, uno minha formação em Engenharia e MBA em Mercado de Capitais para cumprir um objetivo claro: democratizar o acesso à matemática e tecnologia de ponta para traders brasileiros. Interessado em levar suas operações para o próximo nível? Entre em contato pelo WhatsApp para conversarmos.

Posts Recomendados